sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Resumo do Carnaval

Carnaval

Há quatro e cinco anos, no auge de minha adolescência, a palavra carnaval era interpretada por minha mente como “o momento mágico, o nirvana da vida”. Axé, abadá, acarajé, cantina da serra, peitos, bundas, bocas, vômitos, gritos, mais bocas, mais bundas e mais vômito.

Ah, era tudo que eu podia querer. A perdição completa de um jovem torto. A rebeldia social e a explosão de hormônios sexuais e infantilóides.

Mas o tempo passou. E com ele, uma certa maturidade foi aflorando.

Olho hoje para aquele grupo de arruaceiros e pergunto-me como posso já ter gostado de estar ali presente. Ou pior, como podem pessoas que já passaram da idade da molecagem, esbaldarem-se como se fossem guiados por seus instintos de dezesseis anos.

Carnaval

Pra começar, uma analogia aplicada a 95% dos casos: o tamanho dos bíceps de um indivíduo é inversamente proporcional a sua capacidade intelectual. Quanto mais inchado, mais demente.

Não satisfeitos em passar uma imagem de ignorância e mongolice, esse tipo de cidadão ainda precisa gritar ao mundo que seus bíceps são grandes. Então, mesmo chovendo e com frio, ele tira a camisa e enrola no punho, em uma clara manifestação boçal de que, além de forte, ele é perigoso.

Não preciso dizer que existem mulheres, tão tapadas quanto, que baseadas em sua máxima insegurança e desejo de parecer mais do que realmente são para a sociedade, atracam-se com este tipo de laia. Merecem-se, logicamente. Dois tipos que necessitam de anos de terapia.

Carnaval

Mas tudo bem, você ignora os zé bostolas e suas piriguetis e cai na “folia”. E é nesse momento que você descobre a necessidade de tomar 3 litros de cantina da serra em meia hora.

A música é praticamente um conjunto de onomatopéias.

“MÃE BÊ MÃE BÊ MÃE BÁ, MÃE BÊ MÃE BÊ MÃE BÁ, MÃE BÊ MÃE BÊ MÃE BÁ”
“ZUM ZUM ZUM… ZUM ZUM BABA, ZUM ZUM BABA, ZUM ZUM BABA”
“CHIIIIIIIIIIIIIICLEEEEEETE! OBA, OBA!”
“O, o, o, ooo, que terrô! O, o, o, ooo, na dança do vampirô!”

Você olha para os lados e percebe que os zé bostolas invadiram o ambiente e estão pulando de um lado para o outro, te arrastando, aquele suor pegajoso que mais parece uma manteiga raspando no seu braço e costas. A multidão toma conta de tudo, você não tem como fugir, o jeito é pular e fingir que aquela música faz algum sentido.

Pula, gira, grita, solta grunhidos (afinal não tem como CANTAR esse tipo de música), pega uma mulherzinha aqui, outra ali, mas continua pulando, girando, gritando e soltando grunhidos.

Carnaval

Calor, suor, fedor, música ruim, multidão te empurrando, claustrofobia, bebidas nojentas, mulheres perdidas e vazias, e eles, sempre eles, os zé bostolas, que dentro de vinte minutos cairão na porrada graças a um pisão no pé.

Afinal, vamos combinar, dentro de toda essa explosão de movimentos e pessoas se encostando, pisar no pé de um zé bostola é proibido! Ele morde, santa.

Essa é a análise final que tenho do carnaval. Uma visão de quem já viveu e respirou estes ares, mas fugiu assim que o discernimento e a razão chegaram à tona.

Neste carnaval, saia para tomar um chopp com os amigos. Converse, divirta-se, ria, fique com uma mulher por mais de duas horas. Garanto que, no final, você se sentirá muito melhor.

A menos, é claro, que você seja um zé bostola.
Neste caso… Desculpe por ter pisado no seu pé.

Controle Remoto

6 Comentários:

Anônimo disse...

Que verdade..

Anônimo disse...

Obrigado por deixar seu comentário!

equipe Coruja doida.

Anônimo disse...

Acho que voce apanhou de um zé bostola e ficou traumatizado

Anônimo disse...

rsrsrs Não apanhei não! Volte sempre!

Anônimo disse...

Moro em salvador e me pergunto o que tanta gente vê em carnaval. EM julho, as academias começam a lotar de ze bostolas, tudo pra quando xegar carnaval pegar todas. Eu vou vez e outra, mas de dia com uma turma pacata e fico quieto em um canto. Nem de ir em shopping eu gosto, quanto mais essa festa. Esse ano irei um dia com a namorada e o pessoal la do trabalho, e depois de ler isso, huM, to repensando, imagina, eu, sem bíceps algum, barrigudo e de óculos? Prato cheio!
Enfim, se forem pra essa festa, camarote ou bloco, mas ir de pipoca, só se tu tiver bíceps!

Anônimo disse...

carnaval é tudo isso e mais um pouco!

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